domingo, 29 de novembro de 2009

Creed – Full Circle

Que volta! Acho que definir o novo álbum do Creed dessa maneira, sendo esse o primeiro de estúdio desde 2001, seja a forma mais clara que demonstrar o que 'Full Circle' trás. Novamente, “Que Volta!" Um álbum cheio de atitude e demonstração de talento, cheio de inovações e ao mesmo tempo sem perder o tempero do “antigo” Creed, aquele mesmo que se tornou a maior banda do mundo ao vender 20 milhões de álbuns em 3 anos.

Ao longo de sua carreira Creed atingiu a marca de mais de 40 milhões de álbuns vendidos, isso tudo com apenas 3 álbuns de estúdio e uma coletânea. Creed também ficou conhecido pela frase: “Ame-os ou odei-os”, frase essa que pode ser estendida até hoje. Após seis anos inativa, a maior banda de rock do ínicio da década voltou esse ano para realizar, à príncipio, uma turnê americana, logo em seguida o plano foi estendido em criar um álbum. A banda teve cerca de três, quatro meses para compor e criar o álbum. Vamos nessa nova revisão focar no novo álbum do Creed, álbum esse que vem tendo críticas muito variadas, mas a maioria tem sido positiva.

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Lançamento: 27/10/09
Gravadora: Wind Up Records

1. Overcome
2. Bread Of Shame
3. A Thousand Faces
4. Suddenly
5. Rain
6. Away In Silence
7. Fear
8. On My Sleeve
9. Full Circle
10. Time
11. Good Fight
12. The Song You Sing

A primeira faixa de ‘Full Circle’ e também a primeira música de trabalho da recém reunida banda se chama “Overcome”. Essa faixa atraiu muitas críticas positivas para a nova sonoridade do Creed e era crente que essa música era o que eles queriam passar em relação ao álbum como um todo. Em minha opinião conseguiram pois “Overcome” demonstra muito bem o que o álbum é. Com uma introdução distorcida e viradas de bateria intensas começa a faixa 1. Em minha opinião os versos são o destaque dessa música. Com um arranjo limpo na guitarra e uma voz grave dizendo “Don’t cry victim to me, everything we are and used to be is buried and gone”, o álbum “Full Circle” é introduzido. Traduzindo: “Não se faça de vítima para mim, tudo que somos e costumávamos ser está enterrado e se foi”. O refrão diz: “ I’m entitled to Overcome”, algo que pode ser traduzido até como “ Eu tenho o direito de superar” ou até “Eu nasci para superar”. Um solo de guitarra aluscinante encerra a música.

Já que “Overcome” abriu com chave de ouro o álbum, o que se esperar do resto? Creio que um álbum bem maduro, moderno e balanceado. “Bread Of Shame” segue como a segunda canção, e com um título intuitivo conclama uma música que trata sobre altos e baixos. Vale ressaltar o ótimo trabalho feito nela, pra quem havia visto o vídeo dela ao vivo realmente se surpreendeu. É uma música bem diferente do que o Creed já fez.

Agora é a vez de um dos destaques do álbum, essa se chama “A Thousand Faces”. A introdução é feita em um violão de 12 cordas, caracterizando um som acústico de arrepiar. Quando Scott Stapp começa a cantar “Eu me levanto rodeado pelas paredes que já me confinaram”. No refrão, os backing vocais de Mark Tremonti realmente arrasam, sem dúvidas um dos pontos altos desse álbum e uma descoberta bem interessante. O riff de guitarra após o segundo refrão relembra bem o antigo Creed, sem muitos solos e com muitos riffs de arrepiar. Com um refrão que diz: “Agora sou forçado a olhar para trás, sou forçado a olhar para você. Espelhos quebrados pintam o chão, porque você não enxerga a realidade?”. Full Circle realmente está cumprindo o prometido. Já ouviu falar em Jam? Jam é o que normalmente músicos fazem para “brincar” com seus instrumentos, cada um com sua parte. É isso que Scott Stapp e Mark Tremonti fazem na ponte de A Thousand Faces, enquanto Stapp canta: “I bleed inside”, Mark Tremonti replica: “Why bleed inside?”, é como se Tremonti dissesse para Stapp: “ Não se importe mais, tudo está no passado”. Realmente uma grande parte.

De repente chega “Suddenly”. Bem clichê essa, não é? Haha É que a tradução para “Suddenly” é “De Repente” e eu até que gosto da música, muito embora não seja de minhas favoritas. O refrão é pegajoso, cheio de palavras “Suddenly”. É mais uma das músicas pesadas do Full Circle. O segundo single é chamado “Rain” e é a faixa de número 5 do Full Circle. Quando ouvi pela primeira vez eu me arrepiei, mas tenho que admitir que falta algo nessa música, acho que àquela ponte emocionante não é suficiente para elevar “Rain” ao nível das grandes baladas do Creed.

“Away In Silence”...desde o primeiro acorde de violão uma linda música. Ela trata de um momento onde Scott Stapp olhou para si mesmo e viu que não era aquilo que queria ser, ele via seu amor(sua esposa Jaclyn) indo embora e não queria que isso acontecesse, então ele conclamou: “Não desista de nós, não desista do amor. Se minha vida é o preço, então é minha vida que isso vai custar.” E completa: “É difícil acreditar em alguém que você pensava estar morto”. Ao final ele conseguiu várias proezas: Compôs uma linda música, continuou com seu casamento, sua banda voltou à ativa e se tornou um novo homem.

“Fear”, a de número 7, é mais uma das pesadas que tem um ar diferente. É interessante ouvir Fear pois além de uma introdução bem definida tem uma melodia, letra e arranjos bem interessantes. Fear fala sobre “mudanças”. Uma de minhas favoritas sem dúvidas, Stapp canta no refrão: “Listen to me when I tell you, feel the passion in my breath”, o que particularmente para mim significa muito.

Fear também tem uma característica bem interessante do Creed “antigo”. Na ponte, o refrão fica mais calmo e com uma guitarra limpa, isso me fez lembrar logo de “Torn”, mas sem comparações entre músicas claro. A próxima canção é um dos destaques em minha opinião e ela se chama "On My Sleeve", mas porque "Em Minha Manga"? É simples! Scott Stapp tem os nomes de todos os seus amores tatuados em seus ombros, e onde ficam as mangas? Nos ombros claro! O refrão diz: " Meu coração está tatuado em minha manga" o que provávelmente inclui Creed, seus filhos e sua esposa. Belíssima canção aborda bem o lado obscuro do Creed antigo, assim como um timbre de voz melodramático de Scott Stapp desde as primeiras frases, onde ele diz: " The eyes around me are so cruel, with every chance they steal my soul."

“Full Circle”...finalmente a hora da faixa-título e realmente essa é uma música diferente, e o que pode ser? Parece algo meio misturado entre country, blues e o próprio rock e o mais importante é que eles realmente estão em um círculo completo. Não tenho o que falar de “Time”. Uma das melhores músicas da carreira do Creed, com um lindo arranjo no violão, com letras tocantes e uma melodia inspiradora e uma frase que bate de frente com meu pensamento: “Hey time you’re no friend of mine”, “Ei tempo, você não é meu amigo”. Eu penso exatamente dessa forma, para mim o tempo não é meu amigo, ele é seu amigo?Absolutamente uma linda música! A ponte diz: “Você estará lá quando eu deslizar, quando eu cair?” É necessário falar algo a mais sobre essa música? O fãs de Creed sabem que não!

É a vez de “Good Fight”. Tenho que dizer que a melodia é ótima, uma música relativamente pesada com uma linha vocal bem interessante e com versos limpos. Apenas as letras parecem repetitivas, mas é minha opinião nada que deixe essa música abaixo das outras. Outro destaque é o solo de guitarra de Mark Tremonti, o qual se incorpora perfeitamente na música criando uma espécie de história, e o melhor, sem se intrometer no estilo de solos que ele tem em sua outra banda, Alter Bridge.

Eu tenho uma pergunta a você: “A música que você canta tem significado suficiente para nos fazer cantar juntos?” Pense nisso! É isso que “The Song You Sing” te pergunta e acaba fechando esse grande lançamento do ano de 2009 de forma arrasadora. É um grande álbum, cheio de inovações, cheio de amadurecimento, cheio de histórias e de promessas. Como eu espero o próximo álbum do Creed? Se eles conseguiram criar um grande álbum em 3 meses e ainda tendo que ensaiar e preparar a turnê ao mesmo tempo, imagine o que eles podem trazer daqui há uns dois anos em um novo álbum? Mal posso esperar!

Vocais - Nota 9.5

Surpreendente! Essa é a palavra-chave. Ninguém esperava um Scott Stapp com essa convicção nesse álbum e principalmente com toda essa emoção. Liricamente esse se faz muito bem, e sua voz se encaixa perfeitamente nas músicas, pra alguém que passou por tantos problemas pessoas e em sua própria voz ele fez um excelente trabalho. Méritos pro Stapp!

Guitarra - Nota 9.5

Mark Tremonti é o cara! Alguém duvida? Eu não duvido! Ele se impôs como nunca nesse álbum e o fez parecer como um trabalho de longo prazo. Além de usar toda sua experiência e maturidade nesse novo trabalho, mostra que saberá separar os lados para suas duas bandas, Creed e Alter Bridge.

Baixo - Nota 9.0

Esse é o terceiro álbum de Brian Marshall no Creed, no último(Weathered, 2001) ele não estava presente e realmente fez muita falta, atualmente está de volta para o lugar de onde nunca deveria ter saído.


Bateria - Nota 9.0
Scott Phillips evoluiu muito desde o lançamento do My Own Prison em 1997, é isso que mostra o álbum Full Circle. Um álbum mais maduro e consciente em termos de bateria, não tão diverso quanto o Alter Bridge mas diversidade não faz uma música ser melhor que outra.

Melodia - Nota 9.5
Refrão - Nota 9
Ponte - Nota 9
Introdução - Nota 9
Diversidade - Nota 9

Letras - Nota 10
Impacto - Nota 10
Nota Geral do Álbum: 9.5

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Creed - Brasil(Orkut)